sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Amamentação: um sonho possível


Foto: internet

   Ao menos em regra,todas nós, mulheres, recebemos a dádiva de poder amamentar nossos filhos.

   A ocitocina, hormônio que ajuda a contrair o útero logo após o nascimento, fazendo com que aquele órgão distendido retorne ao tamanho normal mais rapidamente, bem como prevenindo ou diminuindo o risco de hemorragia no pós-parto, é o principal responsável por nos fazer sentir calma, satisfação e alegria enquanto nutrimos o nosso bebê. Por isso a ocitocina é conhecida como o "hormônio do amor".

  Por outro lado, a prolactina é o hormônio que nos deixa mais "maternal," razão de ser conhecida de alguns especialistas  como o “hormônio materno”.

  Pois foi assim, transbordando de hormônios, que recebi Marina em meus braços, cheia de muito, muito, muito leite pra dar à minha nenê. O detalhe é que a Marina não veio pronta pra mamar!

  Do primeiro ao terceiro mês tentei diversas vezes, sem sinal de sucesso, fazer com que minha pitoquinha desenvolvesse a pega da mama. No quarto mês, após a cirurgia da laringe, pensei que talvez tivesse a chance de amamentar normalmente, já que as dificuldades teriam ido embora, e a partir dali teríamos uma fonoaudióloga auxiliando todo o processo de deglutição da pequena.

   De fato, a fono foi um sucesso pra Marina. Conseguiu aumentar o volume de leite consumido, diminuiu drasticamente o tempo das mamadas  (por conta da dificuldade de engolir ela demorava em torno de 1 hora ou mais pra terminar de mamar), mas não me prometeu nada quanto ao meu desejo de ver a Marina mamando no peito. Só me garantiu que como gesto de carinho era válido oferecer o seio materno.


  Portanto, se era certo que eu poderia oferecer o peito, não era certo que depois de tanto tempo oferecendo meu leite através de mamadeira a pequena conseguisse, ou quisesse, fazer o esforço de mamar "tradicionalmente", digamos assim.


  Mas o tempo foi passando, e após vários ajustes de bico (nossa fono tem uma "bicolândia" à tiracolo) e de consistência do leite (fomos espessando meu leite com Mucilon até achar a medida certa), a Marina ganhou peso e, sobretudo, força.


  Resultado: quando pensei que as facilidades da mamadeira renderiam a pequena e a afastariam do seio materno, tive a imensa felicidade de descobrir que ela não havia desistido de me ter pertinho dela em tão delicado e profundo ato de amor.


  Agora, com mais de 6 meses e mais de 6 quilos, finalmente posso dizer que Marina é amamentada pela mamãe coruja através do seio materno, e não por ordenha do meu leite naquela maquininha barulhenta!


  Tudo bem que até hoje minha máquina tira-leite ainda é uma facilidade sem fim, mas amamentar a própria filha no seio não tem preço!


  Por isso mamães, não desistam! Se o leite for pouco, se o bico não está formado, se os hormônios não ajudaram, não importa o motivo, seja persistente, ainda que seja necessário complementar a mamada na mamadeira, no intuito de concretizar este gesto de amor, tantas vezes quantas for possível.


  A Marina já come papinha salgada, papinha de frutas, mingau de leite com Mucilon, mama em mamadeira leite materno ou fórmula e, pelo menos uma vez por dia, fica pendurada nos seios da mãe coruja!

Um comentário:

  1. Mamãe Coruja: amei o texto sobre "amamentação". Muito terno e explicativo....
    Bjs
    tia Ana

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